Visitando o Grupo Restauração http://www.gruporestauracao.com.br/ encontramos diversos artigos e dissertações acadêmicas. Li a dissertação de Higor dos Santos Vieira, da UFS de sobre o tema restauração ecológica.
Transcrevo abaixo o resumo desta por achar interessante do ponto de vista prático para conhecermos mais a ecologia da vegetação da caatinga, bioma ainda desconhecido em termos de restauração ecológica.
Resumo do Autor
Apesar de existirem muitos fragmentos de vegetação no Semiárido, observa-se uma carência de técnicas para a recuperação daqueles que se encontram em processo de degradação. A maioria dos trabalhos sobre degradação está baseada na identificação de locais e graus de desertificação, sendo que práticas de recuperação são poucas, e quando realizadas, buscam apenas aspectos econômicos, deixando o ecológico em segundo plano. Neste contexto, o presente estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o desenvolvimento de cinco espécies de plantas lenhosas da Caatinga sob diferentes regimes hídricos, em um trecho de mata ciliar do Alto Sertão Sergipano. Para isso, foi aplicado um método de recomposição vegetal artificial em um ambiente com alto grau de degradação, localizado no Monumento Natural Grota do Angico, município de Poço Redondo, Sergipe. O delineamento na implantação do experimento foi feito em blocos casualizados (DBC), em esquema fatorial com quatro repetições, utilizando o espaçamento 3x3 m entre as plantas. Em cada bloco foi efetuado o plantio de 40 mudas de Aspidosperma pyrifolium Mart., Erythrina velutina Willd., Geoffroea spinosa Jack., Myracrodruon urundeuva Allemão e Spondias tuberosa Arruda, sendo 8 indivíduos por espécie. Após três meses, realizou-se a divisão dos blocos em 8 áreas similares, as quais foram sorteadas. Com base nesse resultado, foram empregados dois tratamentos (com irrigação – C.I. e sem irrigação – S.I.) com 4 indivíduos por espécies em cada bloco. Com esses dados, avaliou-se a sobrevivência das mudas e as características de crescimento (altura, diâmetro à altura do colo e taxa de crescimento relativo). Foi constatado que a média geral de sobrevivência das espécies após 7 meses foi 91,22%. Duas espécies apresentaram sobrevivência superior à média geral, A. pyrifolium, com 96,8%, e S. tuberosa, com 93,7%. Erythrina velutina apresentou maior taxa de crescimento relativo em altura nos dois tratamentos (C.I. e S.I.), seguida de M. urundeuva (C.I.), que por sua vez teve desenvolvimento superior às demais espécies e tratamentos. Para a taxa de crescimento em diâmetro do colo, observou-se que a M. urundeuva (S.I.) apresentou maior TCR (29,30%), seguido do G. spinosa (C.I.) com TCR (27,52 %). No incremento em altura destacaram-se as espécies S. tuberosa (55,63 cm (C.I.) e 55,50 cm (S.I.)) e E. velutina (55,16 cm (C.I.) e 52,03 cm (S.I.)), que apresentaram desenvolvimento superior às demais espécies. Erythrina velutina (C.I. (19,0 mm) e S.I. (17,5 mm)) e Spondias tuberosa (C.I. (8,7 mm) e S.I. (9,3 mm)) apresentaram maiores valores absolutos para diâmetro do colo. Neste estudo, as espécies selecionadas apresentaram índices de sobrevivência e desenvolvimento inicial satisfatórios, sendo indicadas para a recomposição de vegetação ciliar na referida área.
Palavras-chave: recuperação ambiental, mudas, Caatinga.
Em uma área de Caatinga, em Lagedinho,BA, pude observar que o agricultor simplesmente deixou de cultivar a lavoura da mamona ( Ricinus communis L) há cerca de 30 anos, dando vez a vegetação nativa crescer e desenvolver, tornando-se uma capoeira alta e funcionando como corredor para fauna ( no caso um lagarto listrado - Cnemidophorus ocellifer).
Imagino que seja possível isolar uma área próximo a um fragmento de caatinga e deixar que a natureza faça o seu papel.
Certamente com as técnicas aplicada advindas do conhecimento acadêmico nestas áreas, os resultados serão melhores e mais rápido.
Vejam fotos
Fotos
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